sexta-feira, março 31, 2006

Quem vive dos ardis da ilusão

Flor do campo Lugares do Rosmaninho Março 2006

***

Quem vive dos ardis da ilusão

E, assim, vai fugindo do amigo

Poderá encontrar consolação?

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Al-Mu'tamid

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segunda-feira, março 27, 2006

Melancolia

Flor silvestre lugares do Rosmaninho 26 de Março 2006


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Melancolia
um viático de ouro te daria se pudesse...
mas o infortúnio despenhou-se sobre mim.
queres um poema para a travessia do deserto?
olha que a poesia não é alimento para se comer!
é como o vento, não satisfaz fome nem sede,
dela apenas se nutrem sábios e poetas.
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...
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Al-Mu'tamid
~* ~

quarta-feira, março 22, 2006

Ilusão

Porta manuelina fachada lateral Igreja da Misericórdia Silves

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Ilusão
que do mundo o belo manto
não te encante nem te engane:
colorido e brilho tanto
não há tempo que os não fane.
...
Al-Mu'tamid
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sexta-feira, março 17, 2006

Exílio

Planta à chuva 17 de Março de 2006

.. * ..

Exílio

eles saíram implorando chuva

e eu disse-lhes: ah quem dera

que pudesse meu pranto vos servir

em troca da chuva que buscais!

responderam: na verdade,

tuas lágrimas seriam quanto basta,

porém, de que nos serviriam

se com sangue se encontram misturadas?

Al- Mu'tamid
.. * ..
Versos que foram escritos pouco depois da sua chegada ao desterro, ao encontrar-se com camponeses que invocavam chuva.

terça-feira, março 14, 2006

A Missiva

Sé de Silves ( pormenor) Março 2006
~ * ~

A Missiva

horto de fulgentes estrelas faladas,
iluminador do negrissimo fosso das trevas:
chegou-me o teu poema em hora de tristeza,
fê-la minguar, depois desaparecer.
aqui fica um puro poço de amor
que convida a beber de novo
como se fora agora a vez primeira.
Al- Mu'tamid
~ * ~

sexta-feira, março 10, 2006

Lenda do mouro de chapéu de aba larga

Castelo de Silves (interior) 10 de Março de 2006
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Lenda do mouro de chapéu de aba larga

O Castelo de Silves, conta-se..., tem uma lenda de um mouro encantado.

De manhã, aparecia com o seu chapéu de aba larga, na parte norte do Castelo e desafiava as lavadeiras que lá se encontravam lavando. Quase todas lhe faziam surriada e o mouro vingava-se fazendo cair, sobre elas, chuvas de pedra.

O mouro desapareceu, quando foram instaladas as prisões, no Castelo.

Os presos diziam que, à meia noite, sentiam estremecer todo o Castelo e, ao longo da madrugada, ouviam o mouro mexendo em papéis velhos.

***

Hoje, ao visitar o Castelo, lembrei-me desta lenda... não muito conhecida.

terça-feira, março 07, 2006

A carta

Pormenor da Sé de Silves e pombo(a) descansando 1 de Março 2006

~* ~

A carta

lua plena no horizonte do meu peito!

este poema não traz da mentira o jeito.

ao escravizares da fala a beleza,

pérolas espalhaste com largueza.

deixá-lo! enfia-las-á minha razão.

exclamei:

Allâh! que inteligência tão ornada

que pérolas rouba ao avaro mar.

aves que chegaram: vem à minha mão

esse teu segredo. não quero mais nada.

glória do meu reino, júbilo sem par:

apenas dois versos, tão somente dois

que de um puro amor me falam depois.

Al- Mu'tamid

~* ~

Dirigido a uma das suas favoritas que lhe enviara versos através de um pombo.

sexta-feira, março 03, 2006

A Amada

Vista parcial de Silves minha... 3 de Março de 2006 à tardinha

*****

A Amada

ó minha eleita sem par

de entre toda a humanidade:

estrela! lua a brilhar!

haste erguida e escorreita

gazelita no olhar.

da flor tu és o alento

és a brisa perfumada,

minha dona, meu sustento,

e grilheta bem-amada.

cego ficaria e surdo

pra que fosses resgatada.

chama-me que logo acudo.

...

Al- Mu'tamid

*****


quarta-feira, março 01, 2006

Poder

Cegonhas no Céu Lugares do Rosmaninho 1 de Março 2006

~*~

Poder

meu olfacto é teu odor delicioso

e o teu rosto o senhor dos olhos meus.

por seres minha, mesmo depois do adeus,

é que todos me chamam poderoso.

Al-Mu'tamid

~*~


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